terça-feira, 27 de janeiro de 2015

TOP 18 maiores e mais ricos clubes de futebol do mundo

Nos últimos dias a revista americana Forbes divulgou sua lista dos 20 clubes mais valiosos do mundo e há...


Nos últimos dias a revista americana Forbes divulgou sua lista dos 20 clubes mais valiosos do mundo e há dois dias a consultoria Brand Finance divulgou seu estudo anual com as marcas mais valiosas do futebol. Um pouco antes tivemos a divulgação do estudo da Deloitte, mostrando as receitas dos 30 clubes líderes nesse ponto em todo o mundo.
Das três, considero a Deloitte e seu Football Money League como o mais importante levantamento para termos uma ideia de quão rico, dito popularmente, ou quanto é capaz de gerar de receitas um clube hoje em dia. Não por acaso, o trabalho da Deloitte é baseado nos números reais de receitas, a partir dos balanços e prestações de contas oficiais dos clubes. Já os trabalhos da Forbes e da Brand Finance partem dessa base de receitas, mas extrapolam, agregando valores cujas mensurações se dão por estimativas teóricas. Os três juntos, portanto, têm condições de nos dar uma fantástica visão do tamanho e importância dos Top 20 do futebol mundial. Esse post fica limitado aos Top 20 em função do trabalho da Forbes, que apresenta somente os 20 maiores em sua avaliação, enquanto a Deloitte chega aos 30 e o Brand Finance cobre mais de 100 clubes e suas marcas.

Os verdadeiramente ricos

Ao cruzarmos as três listagens, constatamos que 18 clubes estão presentes nas três. Esses são, sem a menor dúvida, os mais ricos ou os clubes com maior potencial para gerar receitas. A tabela abaixo mostra os vinte clubes líderes em cada uma das listas e os que não estão entre os dezoito, ou seja, aqueles que não estão presentes nas três listas, aparecem com uma marcação amarela no nome.

Não há muitas novidades nessas listas. Grandes movimentos se processam em tempos longos, desde que haja consistência.
Chamo a atenção para alguns clubes.

Liverpool: o clube vem apresentando acentuada queda de receitas, a ponto de ser em 2014 – ano base 2012/2013 – apenas o 12º colocado na Football Money League, o estudo anual da Deloitte. Em 2009 os Reds ocupavam a 7ª posição nesse ranking, caindo para 8º em 2010, para 9º em 2011, posição mantida em 2012 e despencando, então, para a atual 12ª posição, provocada pela emergência do Paris Saint-Germain, a ressurgência da Juventus e o sólido sucesso do trabalho desenvolvido pelo Borussia Dortmund. Reparem, porém, que na lista Forbes o Liverpool é o 10º e sua marca ainda é a 8ª mais valiosa do mundo, segundo a Brand Finance. Ou seja, a erosão do valor da marca se dá de forma mais lenta que a erosão nas receitas. O imaginário demora para sumir, como também demora para aparecer e ocupar um lugar nos corações e mentes.

Paris Saint-Germain: dinheiro não é tudo, mas manda buscar tudo. Será? Pode ser, a julgar pela visão que essa tabela nos traz. O dinheiro farto que entrou nos cofres fez o PSG aparecer com a 5ª maior receita do mundo na última temporada. Vejam, entretanto, a absoluta falta de correspondência entre a dinheirama e o valor da marca Paris Saint-Germain, apenas a 10ª na lista Brand Finance ou, pior ainda, o valor estimado do clube pela Forbes, que o deixa em dissonante 15ª posição. Mesmo com sanção da UEFA, essa realidade da imagem do PSG é passageira. Basta ver o Manchester City, que hoje é dono da 5ª marca de maior valor no mundo e é o 7º clube mais valioso. Percurso semelhante foi cumprido pelo Chelsea, outro clube comprado por um bilionário e que recebeu maciças injeções de dinheiro (nem de capital eu chamo).

Galatasaray: salvo algum terremoto de grande magnitude, esse clube da Turquia chegou para ficar. Seu rival nacional, o Fenerbahce, também está aparecendo, mas por enquanto apenas na lista mais importante, a das receitas, onde ocupa, atualmente, a 18ª posição. A presença do Galatasaray entre os 18 ou entre os 20, futuramente, tem mais jeito de consistência do que de acaso ou sorte ou aventura. Reparem que ele aparece bem nas três listas, ainda sem ameaçar quem está no degrau de cima, mas já incomodando.

Manchester Unitedum comentário rápido, apenas. O United precisa, ainda nessa temporada que vai iniciar depois da Copa, recuperar posições perdidas nas três listas. Trocando em miúdos: o time tem que voltar a jogar bola e, de preferência, teria que, se não conquistar, pelo menos chegar à semifinal da Champions League. E fazer bonito na Premier League. Até para não ficar em discordância com seu novo patrocinador, a Divisão Cadillac, da General Motors. Ah... Mas a Champions, agora, só em 2015. Atualmente, o United está mais para um sedã popular do que para um luxuoso e desejado Cadillac ATS ou uma poderosa e chique Escalade. (Texto corrigido. Há, inclusive post específico sobre o United programado para amanhã: O Cadillac que virou um sedã popular)

No mais, vemos a consistência crescente do Bayern Munique, ao lado do domínio tranquilo da grande dupla espanhola. Lá embaixo, mas já tendo garantida uma subida de posição para as próximas listas, vem o Atlético de Madrid.

Um clube brasileiro?

Impensável, por enquanto.
Na lista Deloitte o Corinthians aparece em 24º lugar e em 35º na lista Brand Finance. Nessa, aparecem ainda Santos, São Paulo e Flamengo, já próximos da 50ª posição. Se considerarmos somente as receitas operacionais do futebol, como acontece com os europeus, a presença brasileira fica ainda mais difícil.
Além desse ponto há outro fundamental: apesar do esperneio de torcedores, nossos clubes são paroquiais, são marcas de conhecimento restrito ao Brasil e, alguns, também na América do Sul. Pouco funcionam os títulos mundiais ou grandes torcidas, exceto para aquelas parcelas de torcedores que têm uma paixão imensa e uma curiosidade igualmente enorme sobre o futebol, informando-se sobre times muito além de suas fronteiras e torneios disputados. O único time brasileiro que tem conhecimento e penetração global é a Seleção Brasileira. Não é por acaso que a CBF consegue os valores de patrocínio que ostenta, mesmo antes da proximidade imediata da Copa do Mundo.
Guardem as pedras: o conhecimento a que me refiro aqui é aquele que resulta em visualização do time com frequência e, portanto, passa a apresentar interesse para patrocinadores globais. Um dia chegaremos lá, muito provavelmente com Corinthians, Flamengo e São Paulo, mas para isso é necessário que as receitas operacionais cresçam de forma muito significativa e que os clubes trabalhem para se tornarem conhecidos no exterior – Europa e Ásia, basicamente, o que vai depender de mudanças no calendário e maior presença em torneios internacionais.

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